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terça-feira, 9 de maio de 2017

Cassini Registra "sons" inéditos em Saturno

A sonda Cassini registrou na semana passada sons inéditos durante seu sobrevoo final que estão intrigando os cientistas!

A sonda efetuou os registro ao passar por uma  região inexplorada localizada entre os anéis de Saturno e o planeta.

A imagem ao lado é uma montagem da Cassini "de olho" em Saturno.

Ouça o que a sonda gravou e se espante, assim como os cientistas envolvidos na missão!

"Tic tac tic tac"
Esse talvez fosse o som que ouviríamos se relógio que conta o final da missão dessa sonda de 20 anos ainda fosse analógico....A contagem regressiva começou no início do mês (clique aqui para lembrar) e continua....




Mesmo após todo esse tempo, a sonda surpreendeu os cientistas mais uma vez: no início deste mês, a Cassini registrou sons nunca antes captados, numa região inexplorada do planeta.

A figura ao lado ilustra a manobra iniciada no mês passado, que direcionou a sonda para cada vez mais próximo do planeta, e terminará com sua "queda" em Saturno - como é um planeta gasoso, a Cassini irá mergulhar na atmosfera do planeta, e acabará sendo esmagada em algum momento devido a grande pressão.

Para realizar esse movimento, a  sonda tirou proveito da aproximação da lua Titã para impulsionar-se em direção à Saturno.

“A sonda se movimenta a 110 mil km/h, tão rapidamente que qualquer colisão com outros objetos – mesmo partículas de terra ou gelo – poderia provocar danos. Por esse motivo, a Cassini usou sua antena maior como escudo e ficou inacessível durante o mergulho”  afirmou Earl Maize, gerente do projeto Cassini e pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. "Mais 21 mergulhos semelhantes serão feitos até a sonda de desligar automaticamente". 

A Nasa chama esses mergulhos de “grand finale” por causa da ambição do percurso. A missão está prevista para terminar em setembro, quando acabar o combustível da nave e ela se lançar sobre a atmosfera do planeta.”

A Gravação
O áudio foi registrado pelo Radio and Plasma Wave Science (RPWS), instrumento da nave capaz de detectar ondas eletromagnéticas (uma espécie de "radio" ao longo do primeiro mergulho de sua travessia entre o gigante gasoso e seus anéis..  Os sons captados traduzem os impulsos elétricos emitidos quando as pequenas partículas presentes pelo caminho da sonda são vaporizadas ao colidirem com ela. 


Depois que as partículas (do tamanho de um grão de poeira) atingem as antenas da nave, elas se transformam em pequenas nuvens de plasma ou gás carregadas eletricamente. Essas explosões que acontecem quando as partículas são vaporizadas emitem sinais elétricos sutis, mas que podem ser captados pelo RPWS e transformados em sons audíveis ou imagens, resultando no vídeo abaixo.

O que os cientistas perceberam após escutarem os áudios é que, em comparação com a quantidade de explosões que Cassini registrava antes de adentrar a região, o espaço entre o planeta e os anéis possuía poucas partículas (apesar de identificáveis no áudio), fazendo jus ao apelido de “grande vazio”, dado pelo diretor da missão da Nasa, Earl Maize. Ouça o audio:


Complemento didático: este audio é uma tradução do que a sonda "experimentou" ao longo desse trajeto. Como o som propriamente dito não se propaga no espaço, é necessário algum dispositivo para converter as vibrações eletromagnéticas em algo que possamos, efetivamente, escutar. Os ‘barulhos’ foram captados em 26 de abril de 2017. 

Esta experiência permitiu aos cientistas considerar a quantidade de partículas existentes e ponderar sobre a necessidade da sonda utilizar o escudo de proteção para evitar danos originados por colisões com esses pequenos grãos congelados. "A região entre os anéis e Saturno é, aparentemente, um grande vazio", conta Earl Maize, o que surpreendeu os cientistas.

Antes do início dos mergulhos, a equipe da Nasa a cargo da missão temia que impactos com partículas pudessem avariar seriamente ou até destruir a nave. Em relação a Saturno, a Cassino pode atingir até 110.000 km por hora, e qualquer colisão com objetos pequenos poderia ter consequências graves.

Durante sua segunda manobra de imersão, realizada no dia 02 de maio, a Cassini usou outro instrumento para analisar as partículas que compõem os anéis.  Este instrumento detectou partículas menores que as detectadas pelas ondas de rádio na primeira manobra. 

Houve ainda medições magnéticas que ajudarão a determinar a duração de um dia em Saturno. Isso até agora era uma mistério, pois as nuvens que cobrem o planeta não permitem ver a que velocidade ele gira sobre seu eixo.


Quem sabe quais outros segredos a sonda Cassini irá nos revelar até o fim de sua missão?



Fontes:
BBC (link1, Link2),  NASA, Veja, O Globo


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